Para além da prevenção, a oncologista aponta dois campos prioritários de atuação para assegurar o combate às doenças oncológicas: o acesso aos tratamentos e os recursos humanos.
Enquanto parceira preferencial da Organização Mundial de Saúde (OMS) nas questões que às doenças oncológicas dizem respeito, a Dr.ª Fátima Cardoso adianta que a ESMO tem dado o seu contributo para a lista de medicamentos essenciais da OMS, na qual se incluem alguns medicamentos de Oncologia, e que indica as prioridades pelas quais os países se devem orientar para facilitar ou garantir o acesso dos doentes a esses tratamentos. Neste caso, a médica lembra a utilização cada vez mais frequente da ESMO-Magnitude of Clinical Benefit Scale, para apoiar as decisões sobre quais os medicamentos que devem ser alvo de reembolso por parte dos sistemas de saúde, tendo em conta o maior benefício clínico.
Em termos da "workforce" de Oncologia, ou seja, toda a comunidade de profissionais que se dedicam aos cuidados oncológicos, a ESMO encontra-se atualmente a fazer um "levantamento de quais os recursos humanos que existem, nos diferentes países, para enfrentar a chamada 'epidemia não contagiosa' que é o cancro". Um esforço necessário, já que se sabe que, no futuro próximo, "nos países desenvolvidos, uma em cada três pessoas vai desenvolver um cancro e não existem oncologistas ou cirurgiões experientes para tratar este número de pessoas".